Caros Amigos...

Não sei se escrevo bem, muito menos tenho eu a pretensão de escrever. Escrevo por prazer, e gostaria que vocês lêssem pelo mesmo motivo.
Abraço forte,

Marcus Vinícius Barbosa

22.7.08

Antônio - Capítulo 01

E naquele banco de praça Antônio via tudo. A loja de móveis, o banco, a Igreja, a estação de trem, o pipoqueiro e os cachorros - esses, seus melhores amigos.
Era junho de 1986, uma típica manhã de inverno. Ele havia acoradado como sempre, com um policial. A cidade se enchera de fitas verde e amarelo. Mal sabiam eles o que os esperava. Antônio contemplava agora uma lixeira, provavelmente seu café da manhã. Vestia roupas largas, uma barba mal feita e a vontade de viver. Essa nunca o abandonou, nem nos piores momentos.
Após uma breve busca dentro da lixeira, encontra uma lata de refrigerante e dois pães - embolorados - mas pães, o que era um luxo. Come vorazmente, se é que voraz é um jeito de comer. Não se precoupa com o depois, come os dois pães de uma vez só.
Encaminha-se para a passarela, onde senta-se defronte a uma barraca de churrasquinho. Na barraca está Jandir, velho conhecido, um gaúcho da fronteira, com o sutaque mais puxado que Antônio já vira.
- Ah, meu guri, como estas? Pensas no quê hoje? indaga Jandir.
- Sóis vós Jandir quem me cumprimentas, é ótimo ouvir tua voz. Hoje podemos falar, vejamos... Da inflação.
- Ah Antônio, essa ainda me quebra! Não quero nem saber o que virá depois disso. Já diz o ditado, depois da tormenta vem a calmaria, mas nós dois sabemos que não é bem assim.
- Estás certo tanto como a chuva cai de pé e corre deitada. Há muito o que fazer para controlar essa maldita!
E assim o papo vai indo, entre multidões avoadas. Chegado o meio-dia, Antônio recebe um churrasquinho de Jandir. Essa comodidade ainda iria trazer muitos benefícios a ele.
Mas, é chegada a hora do serviço. Antônio pega um caixote que se encontra dentre os destroços de uma feira e sobe sobre o mesmo. Discursa agora sobre o tempo e sua relatividade. Logo, as pessoas se aglomeram.
Ao fim do falatório, passa seu caixote por elas e confere. O dia fora bom.

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