Caros Amigos...

Não sei se escrevo bem, muito menos tenho eu a pretensão de escrever. Escrevo por prazer, e gostaria que vocês lêssem pelo mesmo motivo.
Abraço forte,

Marcus Vinícius Barbosa

13.5.09

Amor Impossível - John e Edward

Janeiro de 1894, Brentwood, Inglaterra

No caminha as palavras tornam-se escassas. Olhares atentos as estradas, um frio quase indominável, expressado em um forte vento. Era como se algo estivesse dizendo: "Voltem, meus caros, voltem". Mas era impossível voltar; não agora que estavam a poucos quilômetros de Londres. Brentwood é uma pequena cidade a leste de Londres. Suas casas são simples, ruas pequenas, sem muito movimento. Caras sérias e inglesas, é tudo o que John e Edward encontram ali.

- John, precisamos parar um pouco.
- Você está se sentindo bem Edward?

Sua face está completamente pálida. Seus olhos já não tem um azul tão intenso quanto antes. Como se toda a sua felicidade tivesse sido sugada por algo, ou por alguém.

- Eu não sei, simplismente peça para ele parar, por favor.
- Certo. Cocheiro, pare. Vamos encostar aqui por um tempo.

A charrete para. Os dois descem, John carregando Edward pelos ombros. Eles sentam-se em um banco. A preocupação de John para com o amigo é visível. Seu olhar apreensivo não esconde nada.

- Edward, o que aconteceu? Pelo amor de Deus, me fale!
- Eu não sei John; simplismente eu não sei. Eu te amo com todo o meu coração, mas deixar o meu pai é muito difícil. Sei que é uma escolha que não podíamos evitar se queremos ser felizes. Eu só não sei se não seria melhor falar tudo para os dois.
- Edward, nós dois sabemos o que aconteceria. Seu pai iria te dar uma surra tão grande que você não iria andar mais. Meu pai iria me mandar pra Escócia, na casa dos meus tios para eu nunca mais voltar. Nós pensamos nisso antes.
- Eu sei disso, mas nós não tentamos. Fugir antes de dizer e fugir depois seria a mesma coisa. Aliás, eu acho que fugir antes de contarmos é covardia.
- Você quer voltar Edward?
- De maneira alguma, já estamos a nove dias fora de casa. As cartas já foram lidas. Agora eles já sabem de tudo. Você deixou o endereço do seu amigo em New Castle para eles, não? Para as correspondências?
- Claro, eu deixei tudo certo. Quando chegarmos em Londres mandamos um postal para Peter. Só ele vai saber onde estámos morrando.
- Obrigado John, obrigado por me fazer entender o que é amar.
- Edward, não fui eu quem te ensinou o que é amar, mas sim o nosso amar ensinou isso para nós dois.

Os dois se abraçam. Voltam para a charrete e partem em direção a Londres. Com a alma mais calma, Edward observa o seu novo futuro. Viver ao lado de John.

Amor Impossível - John e Edward

Janeira de 1894, Westland, Inglaterra.

Edward volta da cozinha com uma xícara de chá bem quente. O inverno está sendo bem cruel. Os dois se entreolham, seus olhos estão oscilando entre o desespero e a confiança. O único movimento que se percebe é o da mão de John, projetando a xícara a boca.

- Edward, pela Rainha da Inglaterra, você não vai desistir não é?
- John, por que eu faria isso?
- Eu não estou duvidando de você. Quero saber se tem certeza.
- Eu tenho John, eu tenho. E o que me dá certeza é o...

A porta se abre. Um sobretudo molhado é avistado na sala. Os dois observam um corpor se projetar até eles. James fica surpreso com a presença de John. É ele quem começa a perguntar.

- Oh, John. Tudo bem com você? Aconteceu alguma coisa com o seu pai?
- Ah, nã não Mr. James, não aconteceu nada não. Eu só estava passando, então aproveitei para visitar o meu velho amigo.
- Uhun. Fica para o jantar?
- Não. Na verdade vim convidar Edward para jantar lá em casa. Você gostaira?
- Ah, não se preocupe comigo. Você pode ir Edward, faça a vez dos Hornets lá, ok?
- Certo pai. Boa noite. Je te amè.
- Je te amè mon amour. Boa noite John.
- Boa noite Mr. James.

Os dois atravessam o jardim. As malas de Edward o esperam nos fundos da casa. Um sentimento de culpa bate em seu peito. Abandonar o pai dessa forma. O pai que o criara, sozinho, com tanto esforço. Mas era necessário, pensava Edward, era necessário. A vida é assim, devemos tomar rumos diferentes. Não posso ser eu mesmo nas costas do meu pai. Era assim que o jovem Edward pensava.

Os passa por uma pequena viela perto da casa de John. Ali, atrás de alguns arbustos, encontra-se a pequena mala de John. Já com ela em mãos, ele dá uma última olhada para a casa. Não tivera tempo de se despedir de seu pai. Um pena, realmente. Os dois seguem, onde encontram uma charrete livre. O destino, pergunta o condutor. Londres, responde John.

Londres, aquele nome fica ecoando dentre da charrete. Londres, a velha cidade. A mãe da Inglaterra, berço de reis e rainhas.

Agosto de 1892, Westland, Inglaterra.

John segura um pedaço de galho, como uma espada. Do outro lado do pequeno bosque está Edward, com outro pedaço. Os dois preparam-se para correr um em direção do outro, como uma briga de lanças.

- Eu vou cortar a sua cabeça, seu York de bosta!
- O quê? Eu é que vou cortar seu miolos, Lancaster desgraçado!

Eles rolam pela grama seca do bosque, até cairem atrás de uns pequenos arbutos. Está engalfinhados, os braços e as pernas entrelaços. Como testemunhas oculares, somente as velhas árvores e o céu limpído. A briga vai se tornando um abraço; o abraço em carinho. Os olhares, dantes furiosos, vão se tornando lascivos. As bocas vão se aproximando. Os lábios se encostam. Os dois se apertam, movimentam as cabeças. John vai tirando a roupa de Edward. Esse se deita e começa a arranhar as costas de John. Os dois se beijam longamente. Um vento sopra pelas árvores, aves voam, gemidos são surrudos.

- John, você me ama?
- O que?
- É, você me ama?
- Edward, amar? Sei lá, eu nunca parei pra pensar nisso!
- Eu te amo John.
- Edward, amar é diferente disso que fazemos. Amar é pra homem e mulher. Isso que nós temos é desejo.

Daquele dia, e mais trinta, Edward não falou mais com John. Os dois não se encontraram mais. Não faltaram insistências da parte de John, mas as recusas de Edward eram bem explícitas. Até que John resolveu escrever uma carta.

"Hoje eu descobri o que é amor. Não é uma coisa que só um homem sente por uma mulher. É essa necessidade que sinto em te beijar, em te abraçar, em sentir o teu cheiro. É essa vontade louca de te ver todos os dias, de querer estar contigo sempre, de não me contentar somente em saber que você está vivo. Amar é ter você ao meu lado e saber que você estará sempre ali. Eu sempre vou te amar Edward, por mais que tudo conspira contra nós. Eu sempre vou te amar. Por toda a minha vida, eu vou te amar. Nunca esqueça disso."

Ao fim da carta, as lágrimas já não se conteêm no rosto de Edward. Seus pés estão descordenados, meio sem saber o que fazer. Resolvem ir a casa de John. Ele está lá, na frente da casa, ajudando Harris a cortar lenha. Com os olhos vermelhos, ele chama John.

- Eu te desculpo John.
- Ah, eu nunca quis dizer aquilo. É que, às vezes, a minha cabeça fica confusa. Eu sei que eu errei. E eu realmente vou cumprir tudo o que disse nessa carta.
- Você quer dar uma volta no bosque?
- Meu pai não está em casa, vamos entrar pra tomar um chá.

Os dois entram na casa. O abraço é regado a lágrimas. Os dois se entreolham, se beijam e sobem para o quarto de John. A vida dá voltas e - muitas vezes - elas nos deixam tontos. Mas, a vida é sábia e, como ela, o tempo.

11.5.09

Amor impossível - John e Edward

Janeiro de 1894, Westland, Inglaterra.

"Hoje sou Homem, amanhã serei eu mesmo"
John Whitehouse


Entre as nuvens cinzentas no céu do vilarejo caminha o jovem John; seu dezesseis anos lhe permitem um andar rápido, ávido, cheio de certeza - aquela que acomete a todos os adolecentes. Seus pés tem uma certa leveza, como se ele flutuasse. Seu olhar está carregado de lágrimas; o peito bate forte, num ritmo intenso. Aproxima-se de uma casa modesta, com um jardim carregado de bromélias, todas elas quase mortas. As flores dão um tom assombrante a casa; um santuário onde repousa todos os medos e anseios do jovem John. Sua boca está cerrada, percebe-se um leve tom de desconfiança, mas ela vibra com o cair das lágrimas - que, agora, escorrem como nunca. Ele corre em direção à porta, bate com força e grita um nome: "Edward!" Repete ainda três vezes mais o nome. Alguém aparece, um jovem loiro, de olhos azuis, vestido com roupas largas, frouxas, mas limpas. Seu olhar também está carregado de lágrimas. Percebe-se que ele está sozinho em casa.

- Edward, finalmente. Precisamos ser rápidos. Meus pais já vão chegar.
- Precisamos ter calma John, tomamos muito rápido uma decisão extremamente complexa.
- Edward, no amor não existem decisões rápidas, existem erros.
- Você está fazendo isso pensando em errar?
- Arg, é uma metáfora!
- Nem nessa hora você perde essa mania?
- Vamos, deixe eu entra, está frio aqui fora.
- Entre, vou pegar um chá pra você.

Os dois entram na casa. John senta-se na ponta da modesta mesa, enquanto Edward projeta-se para a cozinha. Vacilante, suas pernas estão bambas, como se ele fosse cair a qualquer momento. Era justamente isso que John tinha medo, dele recuar e não aceitar mais o que haviam decidido.

Novembro de 1890, Westland, Inglaterra.

Duas crianças correm, livres de qualquer medo, de qualquer pudor, de qualquer impedimento que roda a vida das pessoas adultas. Com um olhar comtemplativo, Mr. Harris observa seu filho John brincar com o filho de seu sócio, Edward.

- Veja só, nossos filhos parecem irmãos! Você não andou rondando a minha casa a doze anos atrás, não é James? Harris ri ao completar a frase.
- Ah Harris, para com isso. Eles são crianças, é comum se identificarem. Mas, realmente, eles agem como se fossem irmãos, e de sangue!
- Você se lembra quando eramos crianças? Como nós brigávamos!
- Verdade. Mas, também, com a sua arrogância, aquela prepotência de pessoa inteligente!
- Ah James, você é que era desqualificado. Mais risos.

As crianças agora se afastam, vão para um pequeno bosque perto da casa de Harris. Ali, pequenos arbustos e algumas árvores faziam o papel de discrepância com a modesta fábrica James&Harris Ferro Fundido. Um velho fornô e muita boa vontade, assim trabalhavam os dois. A vida dá voltas, e elas - algumas vezes - nos deixam tontos.
Harris perdera a esposa cedo, quando John contava três anos. Fora difícil criar o menino sem a presença da mãe, mas não uma tarefa impossível. Tudo o que ele sempre quis passar ao menimo foi que o estudo estava acima de tudo. Ele não queria ver o filho debrussado em uma forja, mas sim nos livros. John mostrava a mesma inteligência do pai. Um garoto astuto, boas notas na escola, disciplinado e educado. As palavras mágicas eram regra, sem exeção, na vida de John e Harris. Esse último olha para o seu filho e pensa: "Eu fiz um bom trabalho."
A vida dá voltas e elas - muitas vezes - nos deixam tontos.

10.5.09

As coisas mudam

É impresionante ver como as coisa não mudam. Aliás, algumas pessoas insistem em dizer que elas mudam. Mas isso é pura ilusão. A vida tem um certo ciclo a seguir. Destino? Não, é a pura burrice de quem dirige esse caminhão chamado mente. Sim, temos uma frota deles. Não existe uma mente, mas várias, para cada momento. A minha, agora, é a de colocar toda a raiva pra fora.

A vida é cruel, eu devo ser mais
A vida é dura, eu devo ser mais
A vida é curta, eu devo ser mais
A vida simplismente é, eu não sou, eu sou mais

I'll be the guardian, you'll be the snake.
This is what I'm, you can like it or not.
You can love me, or leave, 'cause I never gonna stop.

Há um sentimento atrás de cada palavra escrita por mim nesse texto. E isso é pessímo. Não existe escritor com sentimento escondido.Hoje eu chorei, mas eu havia prometido pra mim mesmo que nunca mais faria isso, não por causa de uma guria.

This is what I'm, you can like it or not.
But, please, don't deny if you love me.
All of my life is yours to take.
I know you hate when I talk like this.
This is what I'm!

Ainda haverá um dia em que eu vou, finalmente, poder dizer:

We're islands in the stream, so far, so good.

No momento eu só consigo dizer: We've got something rolling on.

Eu sei que, alguém vai ler isso, e entender errado. Isso faz eu me sentir mal. Mas, essa é a vida, no one in between. As minhas palavras tem um sentimento escondido, e esses nunca serão revelados. I can't fall in love, I fall deeper and deeper.

Que lástima, minhas palavras são mero conselho para os meus próprios ouvidos.

M.V.Barbosa

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