Caros Amigos...

Não sei se escrevo bem, muito menos tenho eu a pretensão de escrever. Escrevo por prazer, e gostaria que vocês lêssem pelo mesmo motivo.
Abraço forte,

Marcus Vinícius Barbosa

23.6.10

Medos

Sim, medos. São estes os sentimentos que me tomam por algum tempo quando estou contigo.
Não consigo ser simplesmente "intocável" ou "inatigível" quando estou perto de ti. Lassez faire, lassez passer não funciona comigo. Tu és o mar que destrói meu castelo de areia.

Mas, de que adianta minhas palavras, minhas iniciativas, meus telefonemas e minhas mensagens? Será que o passar desses dias longe de ti vai acabar comigo?

É por isso que me pergunto o que devo fazer. Deixar com que essa vontade louca de te ver me consuma? Procurar ajuda, um psicólogo? Como lidar com a tentação de discar 99** ** **? Como não resumir em pequenas palavras o que quero gritar a plenos pulmões em um quadrilhão de versos?

E, muitas vezes, me contento com um simples "boa noite" e as tuas respostas curtas, vagas. Mas aí vem a tua voz, e o toque da tua boca, e o teu abraço, o teu cheiro, as tuas maluquices e ataques de humor. E como não me apaixonar por isso tudo.

Eu preciso que tu entenda. Eu não quero te magoar, eu não quero te pressionar, eu não quero te sufocar. Eu só quero dizer o quanto eu preciso estar junto de ti, perto de ti, te dizendo coisas bonitas, fazendo com que tu entendas o quanto eu TE QUERO.

Tenho medos porque sei que, mesmo com uma nova aproximação, o destino é incerto. Já falamos sobre seguridade, sobre eu me sentir fullfilled, completo. Eu sei que tu sabes o que eu quero, o que eu sinto. Só que o vazio de não saber o que tu queres é que me deixa com medo. Apavorado, resume bem. Loucamente apaixonado e apavorado.

27.4.10

Le parler du peuple, le parler de la rue

Por que as línguas alheias se interessam tanto pelo passar de minutos das pessoas? Ah, se elas soubessem o quão vil, o quão torpe, o quão mesquinho e frio é o toque das palavras. Outrossim, n~´ao contentes em pensar para si mesmos, resolvem fuxicar.
Ninguém precisa disso, ninguém necessita de advices from each other, porque cada ego vive sob o seu próprio arfar.
Mas, se nada podemos fazer, se a lâmina de minha espada argumentativa já não compensa o peso irredutível das fofocas, que posso fazer eu, senão esperar?

20.4.10

O tempo

Como historiador devo perceber, com extrema cautela, o processo que envolve o passar do tempo, em diferentes circunstâncias. É impressionante compreender e dar-se conta de como os meses mudam a vida, o caminhar de uma vida, - cometendo um absurdo histórico - uma vez que realizamos expectativas, mas também nos frustramos. Faz algum tempo que não escreve neste espaço; novamente o tempo perpassa esta questão. A academia me consome, e eu a adoro cada vez mais. Mas, é de indubitável necessidade este contato que fixo agora, travando uma batalha temível entre escrita formal de cunho histórico-teórioca e coloquialismos generalizantes. Enquanto uma quer ser especifista, objetiva, livre de preceitos do senso comum, a outra aflora em aspectos subjetivos, adjacentes do meu ego, de minha cabeça infinitamente confusa para as questões existenciais. Contudo, as duas emergem de um ser que questiona; e, por isso mesmo, vive o sentido máximo da filosofia pitagórica.
Se o tempo é o instrumento vitorioso das vivências, quem será o perdedor? A vida, portanto, torna-se mero meio de atuação temporal. O espírito, a matéria, as complicações socio-psciológicas nada condizem com o eterno paradigma existencial do tempo. Ele não é palpável, não pode ser comprovado. Somente passa por todos nós, deixando seus rastros mais maquiavélicos. É torpe o toque do tempo, quase promíscuo. Ele não quer ser inteligível, não é lógico, muito menos se reduz as balizas da Física moderna. Ele simplesmente é. Cogito ergo sum, disse uma vez Descartes. Omnius verba, dominus ordus, novus mundus sum et cogite. "A palavra do homem, a ordem divina, um novo mundo é e cogita". E é nesse tocante que podemos compreender, talvez, a passagem do tempo, ou seja, sua temporalidade. O pensar muda; é evidente e empírico para todos nós. Afinal, somos seres mutáveis, instáveis, inconseqüentes e desejosos, almejantes de um futuro incerto, desafiadores de uma lógica construída por nós mesmos: seres insatisfeitos. Por isso nos incomodamos tanto com o tempo; ele só nos recorda os erros que cometemos, coloca o dedo em nossas feridas e repete sempre a mesma frase: é tu, ser inescrupuloso, que cria teus próprios problemas.

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