Caros Amigos...

Não sei se escrevo bem, muito menos tenho eu a pretensão de escrever. Escrevo por prazer, e gostaria que vocês lêssem pelo mesmo motivo.
Abraço forte,

Marcus Vinícius Barbosa

18.6.09

O baile de mascáras - Entre o ego e a sociedade

Ontem meu professor veio até mim e disse: "E então, vamos trabalhar com pesquisa?" E, naquele instante, eu me dei conta do que estava acontecendo. Minha vida, agora cada vez mais atribulada e contundente, estava entrando em um novo momento, em uma nova fase - de campos ainda poucos explorados, mas como se eu fosse nativo de onde eu estava indo me meter - em uma nova ordem para a minha própria vida. Mas essa ordem não fora dada diretamente por mim, mas pelas intenções e subjetividades alheias - seja do meu professor de Ensino Médio de História, seja pelo Professor Doutor da Universidade na qual estudo - elas foram me empurrando - assim como a minha vontade e dedicação ao trabalho de pesquisa - para isso tudo. Meus dedos quase escrevem sozinhos, num frenesi que não posso controlar. E, para variar um pouco, minha vida acadêmica vai indo de vento em poupa, enquanto o meu coração permanece inerte e inerente a tudo o que é externo. Blindado por um manto, que ouso chamar de amor, esse mesmo coração chora, mas é para si mesmo, e nunca mostra a sua verdadeira face; talvez por elementos indireitos da vida acadêmica, talvez por elementos direitos de um puro cinismo descarrado. Minhas lamúrias já são habituais desse meio em que escrevo; portanto, não se zanguem ao verem minhas lágrimas contidas em páginas, das quais a uns dias revolvo minha solidão e falta de compaixão para comigo mesmo. Mas, a pesquisa me parece maravilhosa - minha cabeça ocupada com algo produtivo, não somente com lamentações e provações da insuficiência de uma conquista; o império está decaindo - tendo em vista que devo ler, analisar, discutir, refletir, e tudo mais que envolve um processo cognitivo e de formação a um univesitário. A História - e as suas teorias, em especial - me captam cada vez mais. Já não me preocupo com cronologias e ditos "fatos históricos" - e assim, seus respectivos "personagens", protagonistas "da real história da humanidade" - mas sim com os processos envolvidos em suas percepções e análises. A analogia pode parecer enfadonha, e até mesmo discrente, insuficiente; mas não a instrumento melhor de formação indivual e progressiva para uma mente. A apreciação, ou até mesmo sua acarriação, é algo que deve ser preservado e estimulado, incentivado pelos meios acadêmicos e escolares.
Mas, minhas ideias servem para uma sociedade que presa o respeito - e não pelo colóquio da "gente" que tanto utilizam - descrita tanto em partes por Tomas Morus ou por Albert Jacquard - ambos homens de respeito, de épocas diferentes, com um pensamento muito parecido. É óbvio que viver na transparência - ou seja, expressar o verdadeiro eu e suas respectivas vontades, ações, etc - é impossível, pois os limites alheios são diferentes dos indivíduais; a vida torna-se um emaranhado de laçoes que traçamos durante seu percurso - talvez a ideia de Comte, sobre as relações da sociedade - mas não podemos viver única e exclusivamente para o outro. O ego, então, assume uma forma de expressão individual para o meio correspondente a sua realidade. E não é de hoje que o meio dita as "regras do jogo", esse baile de mascáras no qual todos nós vivemos. Mas, se o baile de mascáras se transpõem para o nosso coração e para a nossa mente, isso sim é uma problemática. Ele deve ficar nesse lindo e belo salão que é a nossa vida pública. Nunca uma festa privativa.

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