Caros Amigos...

Não sei se escrevo bem, muito menos tenho eu a pretensão de escrever. Escrevo por prazer, e gostaria que vocês lêssem pelo mesmo motivo.
Abraço forte,

Marcus Vinícius Barbosa

20.3.09

Rogério – Capítulo 03

Após o almoço, Rogério troca telefones com Clarissa e se despede. Precisa ir para casa, pois dinheiro não cai do céu – como o próprio Antônio diria. Vai ao seu trabalho, uma escola de ensino médio numa cidade próxima. Leciona história, aos moldes de Antônio, colocando sua fé nos alunos e todo o seu conhecimento. Sabe que, ajudando na formação deles, irá fazer um mundo melhor. E sabe, ainda, que a História é importante para entender o modelo de sociedade, de governo, de vida, de comportamento. Ele pensava em um tipo de educação diferente de tudo antes visto. Um ensino que incita o aluno a estudar. Queria ser um professor que passa tudo o que sabe e, mais ainda, instiga o aluno a querer saber mais sobre o assunto. Terminado o dia de trabalho, cai novamente em seus pensamentos, sobre Antônio, sobre a educação, sobre Clarissa – sobre como sua juventude estava ainda mais estampada em sua face, como se nascesse e renascesse todo o dia.
Aquele vestido não sai de sua cabeça. Como Clarissa ficara bonita com ele, um azul estonteante. Logo seus pensamentos permutam para Antônio e sua situação decrépita. Ora, um homem como ele, Rogério não conseguia entender. Ou talvez não queria entender. Ele pensa: será que, mesmo após a traição, ele vai querer ela de volta? Será que seria trair a confiança que ele tem em mim?
A noite vai chegando e o telefone toca. Seu colega de trabalho, Daniel, liga para perguntar se iriam fazer alguma coisa. Ele responde que não havia pensado em nada, talvez devessem deixar para a próxima. Daniel acha estranha essa atitude vinda de Rogério, pois o amigo nunca recusara um convite antes. Ele então insiste: ora, vamos rapaz! O dia de trabalho foi árduo e temos direito ao descanso que Baco nos reserva! Rogério pensa, e acha melhor ir. Sim, livrar a cabeça de todos esses pensamentos. Já agora a caminho da casa de Daniel escuta a sétima sinfonia de Mozart. Ah, a música clássica. Como os tempos mudaram, pensa ele.

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